A demanda por isolamento social, o receio diante de uma doença de consequências pouco conhecidas, a necessidade de mudar toda a rotina, a alta taxa de mortalidade: é inegável que, nos últimos tempos, nós atravessamos um período altamente delicado e que impactou o equilíbrio emocional da maior parte das pessoas. Inclusive, em se tratando da relação entre pandemia e saúde mental, a divulgação de um resumo científico pela OMS (Organização Mundial de Saúde) não deixa dúvidas acerca desses reflexos.

A publicação aponta que, apenas no primeiro ano pandêmico, com a rápida disseminação da covid-19 — que, como bem sabemos, é a enfermidade causada pelo novo coronavírus —, a predominância em âmbito global de depressão e de ansiedade sofreu um aumento expressivo de 25%. No entanto, com o número de contaminações começando a cair e, em paralelo, com a iniciativa de vacinação em massa, as atividades anteriormente paralisadas vêm sendo gradualmente retomadas.

Sendo assim, é hora de trabalhar a mentalidade para encarar o retorno à rotina (ou ao "novo normal", como vem sendo chamado). Pensando em ajudá-lo nesse importante passo, a seguir, nós elencamos algumas dicas que podem ser colocadas em prática e que serão grandes aliadas para superar o medo e as incertezas acerca do futuro. Vamos conferir? Boa leitura!

1. Não se cobre em excesso

No contexto educacional, é natural que haja uma preocupação com possíveis atrasos no processo de ensino e aprendizagem, e, de fato, isso é relevante. Igualmente, em se tratando do âmbito profissional, é comum que, por vezes, exista uma cobrança — seja por parte do empregador, seja por parte dos próprios colegas — para um rápido retorno ao ritmo normal de trabalho.

Entretanto, lembre-se de que nem todos encaram as vivências da mesma maneira e, até mesmo, nem todos tiveram as mesmas experiências nos últimos dois anos. Nós vivemos um momento extremamente atípico, assim sendo não há mal algum em "pegar leve" e respeitar o seu próprio tempo, sem autocobranças excessivas.

2. Separe momentos para o lazer e para a descontração

O período de isolamento diminuiu muito o nosso contato com aquelas pessoas que não fazem parte do núcleo familiar e, consequentemente, limitou em demasia os momentos de lazer, já que vários hábitos comuns, como ir ao cinema ou jantar fora, precisaram ser suspensos. Nesse contexto, aos poucos — conforme você se sentir confortável —, busque retomar práticas prazerosas, como caminhadas ao ar livre, visitas à casa de amigos, pedaladas na orla, entre outros.

Isso é indispensável para, gradativamente, você voltar a se sentir em segurança. Além disso, a retomada dos seus hobbies fará um bem imensurável para a sua saúde mental.

3. Não se compare com os outros

Mantenha em mente que todos nós, em alguma medida, estamos passando por uma etapa de readaptação. Pouco a pouco, a nova rotina será construída e os afazeres cotidianos "retornarão aos seus lugares", mas não há problema algum se, em poucos dias, o seu colega já estiver a todo vapor e você não. Mais uma vez, como nós dissemos: respeite o seu tempo. Não determine um "prazo" para que você se sinta melhor e nem faça comparações com outras pessoas.

4. Seja empático com você mesmo

Em meio à rotina corrida, é muito comum não tirarmos um tempo para praticar o amor-próprio, e, embora sejamos extremamente empáticos com o próximo, não exercitamos a mesma empatia quando se trata de nós mesmos. Qual foi, por exemplo, a última vez em que você olhou para si próprio por um momento, enumerou as suas qualidades e se sentiu genuinamente bem na sua pele?

Talvez você já nem se lembre, mas saiba que esse tipo de autocuidado tem grande importância para a preservação da sua saúde mental.

Hoje em dia, nós vivemos um período em que as críticas parecem chegar de todos os lugares possíveis — por todos os lados — e é natural que nos abalemos por conta delas. O grande problema é que isso prejudica muito a nossa autoestima e faz com que passemos a nos enxergar menos. Então, se você faz parte do time daqueles que cuidam de todos ao redor, mas que se esquecem de si mesmos, deixando-se por último, agora é o momento de mudar isso.

5. Dialogue

A boa comunicação, especialmente no ambiente de trabalho, é um dos fatores determinantes para a criação de uma atmosfera favorável à troca de opiniões e de ideias, ao surgimento de novas soluções para os entraves que aparecem e, inclusive, para a definição de estratégias em prol da execução de projetos. Além disso, a conversa auxilia a mente, mantendo-a ativa, o que, por sua vez, impacta positivamente a nossa capacidade criativa.

6. Não tenha receio de expor os seus sentimentos

Por fim — mas não menos relevante —, relatar aos demais o que você está sentindo pode ser de grande valia, até mesmo para que os outros possam compreender o que você vem experienciando. Então, uma boa alternativa nesse sentido é procurar colegas nos quais se pode confiar e falar abertamente sobre os seus receios, medos, incertezas, angústias e preocupações. Acredite: sofrer em silêncio pode intensificar significativamente o que você está sentindo.

A verdade é que a relação entre pandemia e saúde mental se mostrou extremamente íntima, haja vista que a primeira influenciou de forma negativa (em menor ou maior grau, a depender de cada um) a segunda. Portanto, é fundamental ter um olhar atento para identificar eventuais comportamentos que possam indicar a ausência de equilíbrio emocional e, preferencialmente, procurar a ajuda de um profissional especializado.

Afinal, muitos sintomas, se não adequadamente tratados, podem evoluir para um transtorno de maior gravidade. Isso, em médio e longo prazos, tem o potencial de prejudicar os mais diversos aspectos da sua vida, como as relações interpessoais, a carreira, as interações familiares, os relacionamentos amorosos, o âmbito acadêmico e mais.

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